O Indymedia já funciona de novo. Aguardam-se novidades quanto às razões do seu fecho.
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Política, música, movimentação social, copyriot e tudo o que mais apetecer
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São suspeitos antes de o serem. Assustam a quietude burguesa. Têm estranhas cores de pele, não usam desodorizante, vestem mal. Perturbam o equilíbrio visual da paisagem urbana.
"Os ânimos exaltaram-se ontem, junto aos portões da empresa de construção Pereira da Costa, na Venda Nova, com os trabalhadores a acusarem a polícia de ter "carregado" sobre eles à "bastonada". " (DN 14/03/07)
Pois, estes queriam impedir "uma providência cautelar apresentada por Luís Moreira, o dono da empresa, para reocupar as instalações". Patrão que há meio ano abandonou a empresa não cumprindo "uma decisão do tribunal que exigia a reintegração de cerca de 90 trabalhadores na Pereira da Costa e o pagamento dos salários, que estão em atraso desde Setembro". Ora, então é um caso de tribunal, porque é que não recorreram a instâncias superiores? Portugal é um estado de direito democrático, não vigora aqui a lei da selva.
"Sabe-se que cerca de 56% (dos presos portugueses), à altura da detenção, estavam sem emprego, que 45% estariam doentes e que cerca de 50% eram toxicodependentes." (JN 21/02/2007)
Lá está, não só são suspeitos como se prova que têm instintos criminosos. Não trabalham e ainda roubam para a droga e sobrecarregam o Serviço Nacional de Saúde. Há outra solução que não seja mantê-los isolados da sociedade, da maioria que vive com civilidade?
Enfim, quando será a próxima carga policial? 1º de Maio, na manif fascista? Não, que essa é ordeira e autorizada pelo Governo Civil. E pela sociedade civil. Pelo bom burguês. Porque o bom e pacato burguês apenas é contra TODAS as manifestações violentas. E nós? Também sim ou também não?
João Delgado (esquerda.net)
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Alguns factos tal como nós os presenciámos. Tão objectivos quanto possível.
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Sinapses, a primeira editora de livros electrónicos portuguesa, lançou no seu site para download gratuito, no dia 23 de Abril, as seis primeiras obras do seu catálogo. Uma iniciativa de louvar nos tempos em que se debatem os hábitos de leitura dos portugueses e em que, ao mesmo tempo que os preços dos livros parecem aumentar em desarmonia com a sua qualidade, se procuram criar mecanismos que incentivem esse hábito.
Os seus fundadores apresentam-se como “três pessoas que partilham um interesse pela literatura e pela escrita e uma vontade em explorar as oportunidades proporcionadas pelos instrumentos da sociedade da informação no que toca à divulgação e promoção da arte e do conhecimento”. Entre os seus objectivos a editora tem como pretensão dar a conhecer novos autores e disponibilizar e-books de autores conhecidos cuja obra possa ser legalmente editada. Pretende ainda, com este método, “fazer da qualidade literária, antes do valor comercial, o critério determinante para a edição das obras, na expectativa de que esse valor literário venha mais tarde a conduzir à edição impressa da obra”.
Entre as seis obras agora publicadas podemos encontrar livros de poesia, contos, romances ou novelas mas no futuro os seus editores pretendem também editar BD’s, novelas gráficas ou até compilações de entradas de blogs.
Fica feita a publicidade, desejando que esta excelente iniciativa se desenvolva e nos traga no futuro novas edições.
"O nosso site foi atacado e alguém, de fora, apagou uma série de fotos e de textos relativos à carga policial do passado dia 25 de Abril.
Parte dessa informação foi reenviada para outros sites da indymedia (brasil;Madrid;Barcelona;indy.org…)
Passem informação.
O objectivo, para além de tentar calar testemunhas em prol do que os media andam a contar, foi também o de não mostrar a identidade de pelo menos 2 elementos das forças de intervenção - polícias à paisana. Tarde demais.
As suas fotos estão neste momento, um pouco por todo o lado.
A internet veio mostrar uma nova forma de liberdade que o poder se mostra incapaz de compreender…
Que importa que o site para o qual colaboramos tenha caído momentariamente, se existem outros como este? Se a cada site que eles boicotam na tentativa de impedir que a verdade venha a lume, nascem de imediato 2, 3, …..
;>
De qualquer forma, lamentamos pelo incómodo, e assim que for possível voltarmos à nossa progamação habitual, teremos muito gosto na participação livre de todos os que o quiserem fazer."
O novo site onde as actualizações têm sido colocadas é o Cravado no CarmoEtiquetas: Direitos Humanos
Teatro Livre
Um hilariante vídeo utiliza o sarcasmo e a paródia para mostrar como actos tão banais como cozinhar e passar música em casamentos poderiam passar a ser considerados crimes graves se as sociedades representantes dos detentores dos direitos de autor impusessem a sua vontade.
Serve como promoção para Realidades Avanzadas, uma peça de teatro do colectivo catalão Conservas (via Dpop.es). Segundo o grupo, tratou-se do primeiro espectáculo de teatro do tipo copyleft. Representada no final de Março em Barcelona, a peça foi inovadora na medida em que não existiu um palco a separar actores e espectadores: através de uma série de sistemas multimédia, o público teve a possibilidade de participar na representação. Para além de a entrada ter sido gratuita, no final cada espectador pode comprar pela módica quantia de três euros um DVD contendo toda a informação, textos, vídeos, músicas e imagens utilizada na encenação. Até no teatro, essa arte milenar, o espírito do livre se imiscui.
O espectáculo consistiu numa critica satírica da democracia participativa e analisou a propriedade nas suas vertentes intelectual, imobiliária e do espaço público. O El Pais publicou um artigo em que entrevista Simona Levi, encenadora que partilha a direcção com Marc Sempere.
O vídeo está aquiEtiquetas: Copyriot
PE Aprova IPRED2, mas nem tudo está perdido
As mais de oito mil assinaturas de cidadãos europeus recolhidas no âmbito da campanha CopyCrime organizada pela Electronic Frontier Foundation Europe (EFF Europe) não foram suficientes para travar a aprovação pelo Parlamento Europeu da Segunda Directiva para a Aplicação dos Direitos de Propriedade Intelectual (IPRED2) e sem que tenham sido introduzidas as alterações propostas pela EFF Europe e outras organizações não-governamentais. A proposta da Comissão Europeia para criminalizar as infracções à propriedade intelectual foram ontem aprovadas por 374 votos a favor, 278 contra e 17 abstenções.
A IPRED 2 abrange no seu âmbito não só os direitos de autor (pirataria), mas também de marcas registradas (contrafacção), bases de dados, direitos sob designs e dados geográficos. As patentes, felizmente, não são incluídas, assim como os actos cometidos por indivíduos privados para fins pessoais e não comerciais, o que quer dizer, mais especificamente, que quem ocasionalmente efectua downloads de material protegido por direitos de autor em de redes de partilha de ficheiros pode dormir mais descansado.
No entanto, o grande problema é que apesar de a proposta inicial da Comissão considerar como crime qualquer violação dos direitos de propriedade intelectual realizada “à escala comercial” e com “fins intencionais”. No texto agora aprovado, “infracção comercial” refere-se às infracções “cometidas no sentido de obter uma vantagem comercial”, enquanto que “infracção intencional” é definida como “visando deliberada e conscientemente uma vantagem económica”. Outro grave problema desta directa é que ela criminaliza quem “ajudar, instigar ou incitar” a violação de direitos de autor. Isto coloca em maus lençóis não só os fornecedores de acesso à Internet, que se vêm assim obrigados a monitorizar e a denunciar os hábitos dos seus clientes, como também as empresas de software P2P e de serviços de partilha de conteúdos multimédia que se vêm inibidos de desenvolverem novas tecnologias que possam prejudicar os oligopólios estabelecidos. Ao mesmo tempo, as violações por motivos de “uso justo”, como crítica, investigação ou mesmo informação jornalística, não estão contemplados, como explica a Fundação para uma Infra-estrutura de Informação Livre (FFII).
Como seria de esperar, os representantes das empresas de conteúdos também não estão de acordo com a directiva pois na sua óptica maniqueísta, qualquer isenção do uso pessoal implica logo um acréscimo da pirataria - no seu mundo, todo o álbum ou filme “sacado” do BitTorrent representa menos uma venda, enfim… Assim, não é de estranhar que Frances Moore, o director regional da Federação Internacional da Indústria Fonográfica tenha em declarações ao Intelectual Property Watch contestado a imprecisão dos termos adoptados pela directiva.
Uma questão importante que Erikk Josefsson, o coordenador da EFF Europe colocou, é que definir “escala comercial” como a “obtenção de uma vantagem comercial” não esclarece se se considera que o utilizador que poupou dinheiro ao fazer o download de um disco ou filme através de uma rede P2P em vez de ter comprado o CD ou DVD obteve ou não algum tipo de vantagem comercial. Se tal fosse assim, então a partilha de ficheiros não seria considerada um so privado e para fim não-comercial.
Mas a próxima batalha desta guerra irá travar-se no Conselho da União Europeia onde a directiva será alvo de uma primeira apreciação pelos representantes dos governos nacionais de todos os Estados-membros. E neste campo, alguns governos nacionais como o do Reino Unido e da Holanda já manifestaram o seu apoio. Se o Conselho discordar da versão da IPRED2 redigida pelo PE, então a directiva irá regressar a Estrasburgo para uma segunda discussão, avisa a EFF Europe. Há por isso que estar alerta.
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Lisboa: 25 de Abril sob o signo da repressão
por Manuel Baptista
A manif correu muito bem, sem incidentes até ao Largo Camões. As pessoas no Largo Camões tiraram fotos, gritaram uns slogans e algumas dispersaram. Outras ficaram mais um pouco e organizaram-se em marcha «de regresso».
Assim, começaram a descer (em sentido inverso) o Chiado, virando na Rua do Carmo, umas cinquenta pessoas, gritando slogans anti-fascistas. Eu acompanhei a manifestação «de regresso» até este ponto. Verifiquei que os carros da polícia iam retirando à medida que os manifestantes se aproximavam, os três graduados da PSP, com os seus pingalins, desciam descontraidamente a uns metros à frente da manif. Não houve problemas até meio da Rua do Carmo. Na altura em que estavam os manifestantes a alcançar as escadas por de baixo do elevador de Sta Justa (a meio da Calçada), começaram eles -manifestantes- a fazer meia volta e a correr calçada acima.
Alguém os avisou que tinham sido encurralados. E assim foi. Carrinhas com polícias de choque às largas dezenas desceram em grande velocidade o Chiado, selando o alto da rua do Carmo, enquanto outras com igual força e os referidos polícias de choque subiam a rua do Carmo. Estes últimos desceram imediatamente dos carros, ainda antes destes travarem e começaram a correr em direcção aos manifestantes, agredindo-os à bastonada enquanto estes tentavam escapar desesperadamente. Os que estavam perto, meros espectadores ou pessoas que acompanharam o cortejo de lado, ficaram também encurralados por polícias agressivos, com ameaça física a toda a gente, mas que batiam selvaticamente e sem hesitação em alguém que tivesse «aspecto» de manifestante.
Vi polícias em grupos de cinco ou mais «dar caça» na baixa a manifestantes ou outras pessoas. Uma rapariga que ia a fugir, estava diante da Pastelaria Suiça, quando foi agredida, imobilizada no chão e arrastada sob prisão a 500 metros de distância para ser encurralada nos carros celulares. O mesmo passou-se com outros (eles não fizeram nenhum gesto agressivo, a fuga era para os polícias o «motivo» para perseguirem e baterem selvaticamente nessas pessoas).
As pessoas que assistiram a isto tudo têm com certeza cenas de uma brutalidade inaudita para contar (é importante testemunharem para se apurarem responsabilidades) .
Eu tentei evitar que as pessoas permanececem presas, tentei falar calmamente com o graduado da PSP. Este não ficou nada impressionado com o meu pedido, inclusive disse-lhe que o que estava a fazer era profundamente incorrecto e que ao menos soltasse as pessoas, pois não tinha a mínima legitimidade para as manter presas.
As pessoas que foram presas, provavelmente foram brutalizadas todas no momento da prisão, pois eu verifiquei o modo de actuar da polícia em vários casos. Contaram-me que uma jovem ficou com o braço partido, o que não me espantaria.
A actuação foi deliberada. Foi uma actuação destinada a instilar medo. O que fizeram e comandaram os graduados da PSP foi obviamente premeditado.
Penso que eles cometeram um atentado à liberdade de manifestação e à integridade fícia de pessoas. É uma acusação grave mas posso (pudemos) prová-la.
Queriam mostrar que são eles que decidem o que é a lei, no 25 de Abril, em especial.
Assim estão eles a «garantir» a segurança dos cidadãos.
Os manifestantes, não estavam a cometer nenhuma infracção grave, apenas estavam a gritar palavras de vordem e mais nada.
A polícia, essa, cometeu desacatos e muitos...
Fascismo NUNCA MAIS... 25 de Abril SEMPRE !!!
O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO.
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O problema não está então em vermos TV mas na quantidade que vemos e também na qualidade que não vemos.
Sobre a quantidade, há estudos que indicam que a televisão aumenta a depressão, a ansiedade e diminui a auto-estima. Está também provado que aumenta a demência e a obesidade; já para não falar do facto das crianças que estiverem mais expostas à TV serem habitualmente mais propensas à violência. Sobre a qualidade, todos sabemos que há bons e maus programas e como isso é relativo, portanto, o que importa ter em mente é que a televisão é uma verdadeira indústria que, como tal, quer vender produtos (telenovelas, programas de entretenimento, noticias, publicidade...) e cativar a maior audiência possível, uma vez que o êxito dessa indústria se mede em quantos minutos da nossa vida ela consegue roubar.
Esta campanha internacional, promovida pela AdBusters desde 1999, e em Portugal pelo GAIA a partir de 2005, propõe uma semana de pausa e reflexão sobre/sem televisão.
Dia 23 de Abril (HOJE !!!), às 18h00 o grupo Artactiv@ e o GAIA estão a organizar uma performance de rua sobre este mesmo tema que terá início na Praça da Batalha, Porto.
"A Tramóia" é uma farsa em três actos sobre o negócio que é a Cultura no Porto. O encenador Rui Rio pensa que o público está a dormir. Por isso, nos seguintes documentos, foram instaladas cornetas para assinalar doze tramóias no enredo.
Tudo aquiA tortura na Tchetchénia: A “normalização” do pesadelo
André de Agualva
O Relatório intitulado A Tortura na Tchetchénia: a “normalização” do pesadelo, elaborado pela Federação Internacional das Ligas dos Direitos Humanos (FIDH) e pelo Centro dos Direitos Humanos “Memorial” (CDH “Memorial”), publicado em Novembro de 2006, não pode deixar de nos impressionar e questionar a todos.
Os testemunhos apresentados dão conta das atrocidades que vão sendo cometidas contra as populações civis de aldeias e vilas da Tchetchénia e da Inguchétia, duas repúblicas vizinhas no Cáucaso. Ecos de uma guerra esquecida pelos meios de comunicação social e silenciada por poderosos interesses geoestratégicos, que se dobram à vontade de Putin e do governo russo.
As palavras dum habitante de Grozny, que introduzem o relatório de mais de 100 páginas, são por si só reveladores da situação que se vive em toda a região: «Hoje na Tchetchénia eles não podem fazer mais nada sem a tortura, senão é o fim deles. Todo o sistema está baseado na tortura e na mentira. Na Tchetchénia isto faz‑se de uma maneira ora primitiva ora profissional.»
O tema central do relatório é o aumento das práticas semi-legais de tortura. A “estabilização” e a “normalização”, anunciadas por Putin e pelas mais altas autoridades, são asseguradas por um sistema de terror assente sobre a tortura. Todos os habitantes partilham desta opinião, mas poucos ousam falar por medo de represálias.
As condições em que se processam os raptos (com utilização de veículos blindados e militares) e as subsequentes torturas durante as detenções ilegais provam, na maior parte dos casos, a participação das forças da Federação Russa e de facções militares pró-federais da Tchetchênia. Só por isso nunca chegam a ser objecto de investigação criminal.
UMA NOVA ESTRATÉGIA
O governo russo e as autoridades militares optaram nos últimos anos por aquilo que é descrito no relatório como a “tchetchenização” do conflito. Esta estratégia passou pela criação de forças da ordem compostas por tchetchenos. Estas estão organizadas em unidades que vão permanentemente mudando de nome e de cadeia hierárquica mas cuja linha de comando acaba invariavelmente nas estruturas centrais das forças da ordem russas.
São grupos que, embora legais, mantêm muitas das características dos “exércitos privados”, nomeadamente a fidelidade ao comandante, e chegam mesmo a rivalizar uns com os outros em lutas de poder internas. As suas acções gozam da maior impunidade apenas porque são apoiadas por Moscovo.
A nova estratégia traz ao governo da Rússia uma dupla vantagem. Por um lado, permite apresentar o conflito como interno e apagar as aspirações à independência da república, por outro, afasta-o das responsabilidades nestes crimes e ameniza as críticas que vem sofrendo por parte da comunidade internacional. Com ela pode agora argumentar que as violações dos direitos humanos não passam de ajustes de contas entre os tchetchenos, ao mesmo tempo que propagandeia que a invasão terminou.
No entanto, a progressiva militarização da sociedade que esta estratégia implica está a gerar uma espiral de violência que parece não ter fim. As populações apanhadas no meio do conflito, por medo de represálias ou para defenderem as famílias, tendem a enfileirar por um ou outro campo, engrossando quer os grupos de resistência armada, quer os das “forças da ordem”. Os métodos da luta antiterrorista levados a cabo desde há sete anos fazem o resto. Tomada de reféns, tortura, raptos com fins políticos, violência incontrolada e impunidade total.
Um dos métodos repressivos usados pelas forças antiterroristas contra a população consiste em privar indivíduos da sua documentação fazendo com que sejam detidos nos frequentes controlos policiais. Estas forças especiais deslocam-se em veículos sem matrícula e levam as suas vítimas para unidades militares onde são interrogadas e objecto de sevícias exercidas por indivíduos nunca identificados. Nestas circunstâncias, são obtidas confissões e forjados testemunhos usados depois para incriminar outras pessoas. As forças antiterroristas chegam ao ponto de organizar expedições punitivas contra aldeias inteiras, como aconteceu em Borozdinovsakya, semeando a morte e o terror.
Ultimamente, tornaram-se frequentes as detenções por curtos períodos, sendo a pessoa torturada até dar a informação pretendida. Depois é libertada e advertida que, se falar sobre o sucedido ou revelar pormenores do que se passou, numa próxima vez as coisas serão piores. Nem os próprios nem as famílias sabem qual a estrutura responsável pelo rapto. Qualquer queixa ou pedido de informação sobre os desaparecidos feita às autoridades é sistematicamente negado, uma vez que oficialmente nada existe sobre eles. Alguns nunca voltam a aparecer, sendo apenas encontrados os seus corpos com marcas de tortura.
Nos últimos quatro anos, a CDH “Memorial” contabilizou o rapto de 1815 pessoas, das quais 991 permanecem desaparecidas e 184 foram encontradas mortas. Só nos 11 primeiros meses de 2006, a mesma organização contabilizou mais 143 raptos, estando 54 pessoas ainda desaparecidas e tendo sido encontrados 8 corpos com marcas evidentes de tortura e morte violenta.
Estes números reportam-se apenas a uma pequena parte do território onde a organização pode investigar, pelo que os números reais serão muito mais elevados. São números que se tornam ainda mais impressionantes se pensarmos que esta pequena república do Cáucaso conta com pouco mais de 800.000 habitantes.
Como é óbvio, nada disto deixa de ser da responsabilidade do governo russo e das autoridades militares, apenas porque numa operação de cosmética se mudou aparentemente a natureza do conflito.
O ALASTRAR DO CONFLITO
Estas práticas, que tinham estado até agora confinadas ao território da Tchetchénia, ameaçam ser estendidas a outras repúblicas do Cáucaso, sempre com o argumento da luta contra o terrorismo. O relatório descreve pormenorizadamente uma acção levada a cabo por um desses grupos militares em Neterovskaya, na vizinha república da Inguchétia a 31 de Maio de 2006. Um exemplo claro da violação de todas as normas do Direito Internacional.
O ataque à aldeia de Neterovskaya foi da responsabilidade das forças da ordem tchetchenas que se deslocaram em veículos militares e atacaram uma residência com tiros e granadas, acabando por fuzilar um dos homens da casa, Rizvan Khaikharoev. Tratou-se de uma execução sumária em território da Inguchétia levada a cabo por forças da ordem tchetchenas e com o aval do presidente da Tchetchénia que a elogiou publicamente dias depois. Os conflitos fronteiriços com os estados vizinhos têm vindo a aumentar nos últimos tempos. Eles são um sintoma claro da tentativa de estender o conflito a toda a região do Cáucaso.
OCULTAÇÃO E IMPUNIDADE
A lei federal “Sobre a luta contra as actividades extremistas”, adoptada em 2002, classifica como extremista qualquer actividade contra a unidade territorial da Federação Russa. Neste momento, até os organizadores de acções de protesto pacíficas podem ser classificados como extremistas. O referendo e os processos eleitorais na Tchetchénia em 2003, 2004 e 2005 não passaram de farsas orquestradas por Moscovo, segundo afirma o relatório. Os partidários da independência nunca puderam apresentar os seus pontos de vista.
Toda a recolha de informações no território é dificultada pelo clima de medo que se vive entre a população. As provas de tortura são difíceis de obter directamente porque o governo russo não permite o acesso aos centros de detenção, nem mesmo a inspectores com mandado internacional. As ONG’s que se interessam por estas questões são hoje activamente perseguidas e incomodadas pelo governo russo.
Mesmo o inspector das Nações Unidas M. Kowak, encarregado de elaborar um relatório a apresentar à Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas, não obteve permissão para visitar os centros de detenção quando se deslocou à região em Outubro de 2006. O acesso de organizações como a Cruz Vermelha Internacional aos prisioneiros do regime está proibido desde o caso da Escola de Beslan.
Uma declaração citada pelo relatório e assinada por 15 organizações de defesa dos Direitos Humanos russas e internacionais publicada em Julho de 2006 refere milhares de vítimas de tortura, de desaparição forçada e de detenção em locais secretos que permanecem abandonadas à sua triste sorte.
O relatório, de que este pequeno artigo pretende dar conta, traz-nos uma explicação detalha e exaustiva de toda a situação vivida no Cáucaso. Apresenta numerosos testemunhos sobre o uso da tortura na obtenção de confissões. Denuncia as desaparições forçadas, a tomada de reféns e a existência de locais de detenção ilegais. A impunidade das estruturas antiterroristas e os seus métodos brutais são também detalhadamente analisados e documentados.
O relatório pode ser lido no site da Federação das Ligas dos Direitos Humanos
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Monitorização de P2P: "eles" andam aí
Nos últimos anos a comunidade P2P tem vindo a desenvolver uma série de projectos que visam identificar os “utilizadores falsos” empregues pela RIAA, MPAA e IFPI para “caçar” os utilizadores de redes de partilha de ficheiros que efectuam downloads de material protegido pelos direitos de autor. Através da elaboração e manutenção de listas de séries de endereços IPs suspeitos, este tipo de software pretende assim ajudar os utilizadores a evitarem esses “amigos da onça”, bloqueando todas as ligações com eles através de redes como BitTorrent, eDonkey (ed2k) e Gnutella. Mas qual será a probabilidade de um utilizador encontrar um destes endereços IP se não empregar qualquer software de bloqueio?
Segundo um estudo elaborado por investigadores da Universidade de Califórnia, Riverside, um internauta que partilhe ficheiros através de redes P2P totalmente desprotegido será quase de certeza monitorizado. Para além disso, verificou-se que entre 12 a 17 por cento dos endereços IP únicos contactados pelos utilizadores constavam de listas de bloqueio. Durante 90 dias - entre Janeiro e Março de 2006 -, os investigadores recolheram dados obtidos a partir das aplicações PeerGuardian, Bluetack e Trusty Files relativos a ligações iniciadas na rede Gnutella empregando nós nos EUA, Europa e Ásia. Para aceder à informação, a equipa pesquisou ficheiros de músicas que constavam das listas dos êxitos do momento em cada continente.
Outra conclusão interessante é que só o facto de se evitar os cinco principais IPs reduz para um por cento as hipóteses de se ser monitorizado. Isto derivado do facto de que estes endereços são responsáveis por quase 94 por cento dos registos das listas de bloqueio. Por outro lado, a maioria dos IPs que constam dessas “listas negras” pertencem a organizações governamentais ou comerciais (71 por cento dos registos), sendo que os 15 endereços mais encontrados funcionam a partir de séries de IPs BOGON, endereços que não estão atribuídos a uma entidade específica e que são frequentemente utilizados por organizações que pretendem permanecer anónimas…
Isto leva a crer que os caça-”piratas” são profissionais naquilo que fazem, sendo especificamente contratados pelos fornecedores de conteúdos para desempenharem estas “tarefas sujas”. Na verdade, segundo os dados dos investigadores, estes últimos parecem ter muito cuidado em não “sujarem” as mãos: apenas 0,5 por cento dos registos de IPs nas listas negras pertenciam a conglomerados multimédia como a Time Warner.
Apesar de o artigo não referir se filtros como o PeerGuardian são eficazes, ele deixa o aviso de que o utilizador de redes P2P que não tenha um software deste tipo instalado no seu computador está a ser vigiado. Mas será que esta conclusão também é válida para outro tipo de material que não aquele que é o mais popular do momento, bem como para outras redes que não as mais frequentadas?
Fonte: Remixtures
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Acção Directa pela Justiça Climática
Resistência é Auto-Defesa!
Nós temos um prazo de 10 anos para agir. Assim que os megalomaníacos líderes do G8 se encontrarem na Alemanha, mascarados atrás de uma barreira de cercas e soldados, intencionados em levar-nos mais a fundo no catastrófico e irreversível caos climático, nós temos que gritar e berrar “basta”. Chegou o momento para a acção directa para os derrubar, a eles e seus amigos criminosos da indústria climática.
Nós todos sabemos as terrificantes estatísticas: milhões de espécies extintas até 2050, 19 dos 20 anos mais quentes num recorde desde 1980, Antártica derretendo, seca, inundações, famintos… o G8 tiveram 30 anos para endereçar as mudanças climáticas e tiverem sucesso somente em subsidiar as grandes indústrias que estão a destruir o nosso planeta e nosso futuro.
E enquanto os G8 continuam a encher os bolsos, há ilhas que correm o risco de desaparecer e centenas de milhares morrem como resultado de uma frenética condição climática causada pela sua irracional e incontrolável obsessão em nunca cessar o crescimento económico.
O 8 de junho - Dia internacional de acção directa contra as mudanças climáticas e o G8 – foi convocado pela Rede Internacional Rising Tide.
Esta é uma convocatória para acções autónomas e descentralizadas apropriadas para cada cidade, região ou área local. Use este dia internacional para apoiar as lutas locais contra refinarias de óleo, gasodutos, minas e carvão activado.
Rompa com os financiadores industriais de energias fosseis. Organize workshops para espalhar formas de vida sustentáveis pós-petróleo. Encontre um ponto fraco na infra-estrutura da exploração dos recursos e se jogue literal ou simbolicamente nos trabalhos. É hora de visitar o seu alvo local !
Nós já sabemos das acções planeadas através do Reino Unido, América do Norte, Alemanha, Canadá e Austrália e isso é só o começo. Passe este apelo para todas as campanhas pela justiçs ambiental, acções climáticas, sustentabilidade radical e movimentos relacionados em todos os paises do G8 e o do Globo.
Rising Tide irá criar uma colecção de materiais de chamados de alto alcance (incluindo este apelo em 5 diferentes línguas) que pode ser usado por grupos de todo o mundo para se organizarem localmente. Estes materiais estarão disponíveis neste site Rising Tide North America.
Acção directa e desobediência civil são a resposta racional nestes tempos de crise.
Apoie o 8 de Junho, Dia Internacional de Ação Direta contra as Mudanças Climáticas e o G8!
Em Junho de 2007 os G8 irão entender o significado de Rebelião, Revolta e Revolução.
A receita deles para a catástrofe encontrará a nossa resistência global!
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O ciclo de cinema "Iraque – 4 anos de ocupação, 4 anos de resistência", uma parceria entre a Casa Viva e o Tribunal do Iraque Porto, continua na Sexta-Feira, 13 de Abril
22h30 – "Iraq: histórias de mujeres"
Documentário de Zeena Ahmed e Amal Fadhel (2006).
Testemunhos das mulheres de al-Qaime, uma das zonas mais castigadas pela ocupação estadunidense, e das mulheres de Baçorá, onde enfrentam as imposições das milícias colaboracionistas. (48')
Castelhano (sem legendas).
parceria: Tribunal do Iraque Porto e CasaViva
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Convocatória para uma manifestação anti autoritária,
Contra o Capitalismo, Contra o Fascismo
…/ Dia 25 de Abril, pelas 18 horas apelamos à participação activa num acto de resistência à farsa Nazionalista, que terá início na Praça da Figueira, depois da manifestação do 25 de Abril ter terminado.
Acreditamos que a impunidade e o à vontade com que os vários grupos “nazis” “fascistas” ou ditos “nacionalistas” agem tem de ser combatida aqui e agora, e sabemos que esse não é nem será nunca a tarefa de qualquer polícia ou instituição estatal, pelas suas afinidades e cumplicidades. A nossa denúncia é popular, não judicial.
Como tal, acreditamos que devemos exercer e expandir a autodefesa contra qualquer tipo de agressão por parte desses grupos que fazem o trabalho sujo que os capitalistas não querem fazer. Mas não nos esquecemos que quem financia tais grupos, quem os chama sempre que é preciso amedrontar os oprimidos, são os mesmos que controlam a economia, os estados e semearam a divisão, a desconfiança, a miséria e mantêm-nos presos no nosso medo, divididos nas nossas lutas, e “condenados” à derrota.
E é contra esses que dirigimos a nossa luta, ontem, hoje e enquanto existirem.
Esta manifestação, que é proposta por grupos libertários e autónomos, è aberta à participação de todas as pessoas e ideias que, de uma forma não partidária, desejam expressar a sua revolta e determinação, numa manifestação popular e unitária.
Queremos deixar bem claro que somos e seremos capazes de nos organizar para agir e reagir sempre que necessário. Desejamos que a manifestação seja uma prova de força e determinação, chegando até ao seu final sem problemas nem distúrbios. Mas nunca renunciaremos ao nosso direito de autodefesa.
Sabemos que ninguém é invencível, nenhum império, nenhum estado, nenhuma força de repressão, mas também sabemos que nada cai por si só.
Participemos todos na manifestação, activamente; os dias não estão para divisões, nem para apatia.
Dia 25 de Abril, unidos e organizados sem partidos nem estado. …/
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por Subcomandante Insurgente Marcos
San Cristobal de las Casas, 25 de Março de 2007.
Permitam-me iniciar esta conversa, antes de mais nada, agradecendo aos companheiros e companheiras do Centro de Análisis Político e Investigaciones Sociales y Económicas A. C. (mais conhecido pelos zapatistas como "o CAPISE") e àqueles que tornaram possível que se fizesse esta mesa redonda que, quem poderia imaginá-lo, é quadrada (ou rectangular, conforme o caso ou coisa). Agradecemos também ao CIDECI e ao doutor Raymundo Sánchez Barraza sua costumeira hospitalidade nas instalações que, contra ventos e marés, mantêm a funcionar como alternativa educativa e ecológica.
Fomos convidados como EZLN a esta espécie de novo arranque da segunda etapa de La Otra Campaña a participar no debate de A guerra de conquista sobre o campo mexicano.
Para entender a nossa posição sobre este assunto é necessário conhecer alguns pressupostos iniciais:
A) Sobre a guerra neoliberal.
B) Sobre a política de cima na globalização.
C) Sobre os meios de comunicação.
D) Três exemplos em três estados governados pelos três principais partidos políticos
Na Chiapas das nossas dores e esperanças, as comunidades indígenas zapatistas demonstram que outro mundo é possível. E que é possível levantá-lo sobre a base da cultura indígena, sua concepção da terra e do território. "Dignidade" chamamos nós a esta palavra, a este passo, a esta forma de vida, ou seja, de luta.
Excertos dum texto que apanhei em resistir.info
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22h30 – "Hotel Palestina", de Alberto Arévalo Ferrera
Documentário da Tele5, em homenagem a José Couso, repórter de imagem da televisão espanhola, assassinado em 8 de Abril de 2004, em Bagad, por forças militares dos EUA. (55')
Seguido de "Muertos de Segunda", de Gran Wyoming
Depoimentos da mãe e dos irmãos de José Couso, exigindo investigação e justiça. (4'11'')
Castelhano (sem legendas).
Entrada livre
CasaViva
Praça Marquês do Pombal, 167 - Porto
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Repressão contra P2P aumenta na Europa
França, Itália, Holanda e Bulgária. Os ataques das forças de autoridade contra a partilha de ficheiros parecem atingir todos os cantos da Europa. No caso da França, o administrador de um servidor eDonkey localizado naquele país que tinha há meses suspendido qualquer actividade ligada à rede ed2k esteve na semana passada detido durante 48 horas nas instalações da polícia judiciária francesa, como refere o site Ratiatum. A única infracção de que foi acusado consistiu em ter colocado online um servidor eDonkey que, como se sabe, pode ser utilizado tanto para fins legais (distribuição de música e software livre) como para fins ilegais. As autoridades esperavam encontrar nos arquivos do suspeito os milhões de ficheiros partilhados graças ao servidor eDonkey, mas apenas limitaram-se a descobrir alguns CDs gravados.
Etiquetas: Copyriot, De Olho na UE
Baltasar Garzón, o juiz espanhol que tentou levar a tribunal o ditador chileno, general Augusto Pinochet, pediu que o presidente estadunidense George W. Bush e os seus aliados sejam julgados por crimes de guerra no Iraque.
Em declarações ao El Pais no dia do quarto aniversário da invasão, Garzón afirmou: “Hoje, 20 de Março, cumpre-se o quarto aniversário do início da guerra no Iraque. Desencadeada pelos Estados Unidos e pela Grã-Bretanha, e apoiada pela Espanha e outros países, foi o começo um dos episódios mais sórdidos e injustificáveis da história recente da humanidade”
“Violando todas as leis internacionais e a pretexto de uma guerra contra o terrorismo, está-se a dar um ataque devastador, em curso desde 2003, contra o Estado de direito e contra a própria essência da comunidade internacional. Na sua esteira, instituições como as Nações Unidas foram estraçalhadas e ainda não se refizeram disso.”
“Em vez de comemorar a guerra”, continuou Garzón, “deveríamos sentir-nos horrorizados, e gritar e protestar contra o actual massacre provocado por esta guerra”.
Escreve a seguir que George W. Bush e os seus aliados deveriam mesmo ser acusados de crimes de guerra pelas suas acções no Iraque: “Dever-se-ia estudar com mais atenção a eventual responsabilidade penal das pessoas que são, ou foram, responsáveis por esta guerra e verificar se existem provas suficientes para responderem por isso”.
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