2007-04-30


Depois da Repressão, a Censura

O Indymedia português foi fechado por alguém exterior ao site. Tratava-se do local onde os manifestantes e as testemunhas do que se passou em Lisboa a 25 de Abril iam colocando os seus relatos e contrapondo os seus argumentos aos da polícia, que eram e são transmitidos pela própria instituição e pelos média empresariais.

Ainda antes do fecho do site, as notícias relacionadas com a manifestação e a repressão que se lhe seguiu foram apagadas. Mais uma vez não se tratou duma acção dos gestores do Indymedia, mas sim de um ataque exterior.

Não é difícil imaginar quem o terá feito, principalmente depois de ouvirmos que o governo acredita que não houve abuso de força durante a manifestação de quarta-feira, 25 de Abril, no Chiado. Há um inquérito a decorrer à carga policial mas o secretário de Estado José Magalhães nem precisa da conclusão para deixar a garantia.

Ou talvez seja preciso olhar a coisa de outro lado e ver nas palavras de José Magalhães a story borad para o tal inquérito. Tendo medo que o inquérito possa desvendar verdades inconvenientes, o governo apressa-se a dizer a que conslusões é que se deve chegar.

Este ataque à liberdade de expressão, acontecido depois do ataque à liberdade de manifestação, já não deixa margem para dúvidas sobre o sistema em que hoje estamos inseridos.

A palavra aos censurados:

"O nosso site foi atacado e alguém, de fora, apagou uma série de fotos e de textos relativos à carga policial do passado dia 25 de Abril.

Parte dessa informação foi reenviada para outros sites da indymedia (brasil;Madrid;Barcelona;indy.org…)

Passem informação.

O objectivo, para além de tentar calar testemunhas em prol do que os media andam a contar, foi também o de não mostrar a identidade de pelo menos 2 elementos das forças de intervenção - polícias à paisana. Tarde demais.

As suas fotos estão neste momento, um pouco por todo o lado.

A internet veio mostrar uma nova forma de liberdade que o poder se mostra incapaz de compreender…

Que importa que o site para o qual colaboramos tenha caído momentariamente, se existem outros como este? Se a cada site que eles boicotam na tentativa de impedir que a verdade venha a lume, nascem de imediato 2, 3, …..

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De qualquer forma, lamentamos pelo incómodo, e assim que for possível voltarmos à nossa progamação habitual, teremos muito gosto na participação livre de todos os que o quiserem fazer."

O novo site onde as actualizações têm sido colocadas é o Cravado no Carmo

Um dos bons relatos sobre o assunto (o da repressão) pode ser encontrado aqui

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