2008-02-11

Por um sindicalismo de classe

Urbano de Campos - Sábado, 9 Fevereiro, 2008


A CGTP promoveu em 24 de Janeiro uma manifestação em defesa da contratação colectiva. Apesar de se ter tratado de uma acção de delegados e dirigentes sindicais, a deficiente divulgação pública não ajudou a dar à iniciativa a amplitude que o assunto merece.
Os objectivos são justos, mas uma mobilização limitada aos quadros e delegados sindicais deixa de fora a massa trabalhadora. Cabe perguntar que efeitos são de esperar deste tipo de acção; em que projecto de luta se insere; que propósitos de mobilização dos trabalhadores existem.

Segundo quadros sindicais, a proximidade do congresso da CGTP cria uma certa necessidade de trazer as bandeiras sindicais para a rua; mas existe também pressão de delegados e dirigentes de base sobre a urgência de reagir às medidas do governo e dos patrões.

As mesmas fontes estão convencidas de que o congresso vai decorrer nos moldes habituais, com intervenções das diversas correntes que integram a Central (PC, ex-PC, PS, BE e LOC). Muito provavelmente, a discussão vai girar à volta de saber se Carvalho da Silva continua ou não à frente da direcção e em que condições; e em torno da filiação internacional. Mas teme-se que fique de fora, por exemplo, o acordo de concertação social de rendimentos que atrela a CGTP a um Salário Mínimo Nacional de 500€ em 2011!

Falta um programa de acção de mobilização efectiva das bases sindicais e da massa que não é tocada pelos sindicatos. Apesar de crescer a insatisfação nas bases activas dos sindicatos não existe uma corrente de ideias e práticas que traduza esse descontentamento em propostas alternativas.

Assim sendo, há que continuar a fazer o trabalho da formiga, fomentando a luta, a solidariedade entre trabalhadores e o debate de ideias sobre um sindicalismo de classe e combativo, fortemente baseado na democracia dos trabalhadores.

Roubado do Mudar de Vida