2007-10-12

La Féria dispensado de pagamentos
(ou É o Regabofe, Estúpido – Parte II)

O executivo da CMP decidiu que as produções de La Feria no Rivoli, para além do contratualizado facto de passarem as despesas de manutenção, limpeza e segurança do Teatro, para as mãos da autarquia, deveriam ser poupadas a contas que, também por contrato, deveriam ficar a cargo da Todos ao Palco, a empresa que dá cobertura legal à presença de La Feria em D. João I.

Assim, há anúncios gratuitos na revista municipal Porto Sempre e no site da CMP. Apesar de se tratar de uma empresa privada, a Todos ao Palco também não paga as taxas de publicidade relativs aos dois cartazes de grandes dimensões afixados nas fachadas do Rivoli, nem as taxas de ocupação da via pública relativas à instalação de uma cruz na Praça D. João I, alusiva ao espectéculo Jesus Cristo Superstar. A Todos ao Palco também não gasta um tostão pela afixação de cartazes nos mupis publicitários que a CMP tem espalhados por toda a cidade.

A explicação da CMP, para suportar estas despesas em nome de La Feria, que já obteve uma receita bruta que ronda o milhão de euros, é que a Todos ao Palco é tratada “como se fosse o próprio Rivoli, de acordo com as palavras que o Público de hoje coloca na boca de Florbela Guedes, responsável pelo gabinete de comunicação da da Câmara.

Ninguém sabe, porque ninguém o diz, se há algum protocolo que vincule a autarquia a estas isenções, que mais não passam, assim, de de um subsídio explícito à empresa de La Feria. Isto na terra da luta contra o terrorismo-disfarçado-de-subsídiodependência. Tudo o que se sabe é que há um contrato celebrado entre a CMP e a Todos ao Palco a 15 de Março, rectificado por um aditamento de 2 de Maio, sendo que nos dois documentos apenas é instituído que a Câmara cede “os espaços, directa ou indirectamente, necessários à produção e realização dos espectáculos”, comprometendo-se a empresa a “suportar as despesas por si incorridas em publicidade e divulgação”.

Quando a CDU pretendeu, em reunião de Câmara, discernir da legalidade deste procedimento, a maioria CDS-PSD chumbou a respectiva proposta, que o querido líder considerou “ridícula”.

Etiquetas: