2007-07-15

CSOA (Coimbra) Desocupado

O FUNGO (Centro Social Okupado Autogestionado) foi fechado, no dia 11 de Julho (5ªfeira), por meia dúzia de protectores da propriedade privada e da injustiça social (oficialmente denominados por policias de segurança pública mas mais conhecidos por bófias). Às suas costas cavalgavam duas marionetas do DIAP, normalmente conhecidos como bófias de outra secção ou agentes do instituído. Vinham ainda alguns funcionários e “gestores” da reitoria da U.C., engenheiros da privatização do saber e arquitectos dos espaços mortos. No fim da fila (e abaixo na pirâmide social), os três operários a quem coube a ingrata tarefa, ditada pelos seus “superiores”, de barricar a porta do último espaço efectivamente público da Alta universitária de Coimbra.

No momento do desalojo estava no espaço uma só pessoa que foi identificada e sujeita a comparecer no DIAP de Coimbra. Pelos vistos existe, contra os “supostos ocupantes”, uma queixa da reitoria da UC e do fuhrer Seabra Santos, ditador recentemente privatizado pelo novo regime jurídico para as instituições do ensino superior (RJIES). Diz que é crime ser livre!!
Nos dois meses de transformação de um lugar triste e desolador num espaço vivo e activo tiveram lugar vários workshops, debates, concertos, jantares populares, convívios, conversas, ou seja, inúmeras actividades por onde passaram centenas de pessoas. Ali quebraram-se as relações mediadas pelo dinheiro, destruíram-se hierarquias, construíram-se sonhos. Um espaço sem deuses nem chefes, que se movia através da livre cooperação entre tod@s que por lá passavam.

Este comunicado é um relato e um protesto contra o encerramento de um espaço autónomo, um grito contra tudo o que nos oprime e nos tenta sufocar com a sua podre e artificial paz social. Não compreendemos nem aceitamos que seja “ilegal” a okupação de um espaço abandonado há mais de dez anos. Não compreendemos nem aceitamos que não possamos ser donos das nossas próprias vidas. Acreditamos numa sociedade em que a pessoa se cria a si própria na livre convivência com os outros. Queremos a lógica do capital e a autoridade do estado fora das nossas vidas, queremos criar situações das quais essas mesmas instituições não fazem parte.

Porque tentam controlar o incontrolável!
Porque nos tentam roubar a liberdade!
Lutamos! Okupamos! Resistimos!

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