2006-10-29

Le Monde Diplomatique regressa às bancas em Novembro

Ana Gaspar

JN

Depois de uma interrupção de seis meses, a edição portuguesa do Le Monde diplomatique regressa às bancas a 9 de Novembro [1]. O relançamento do mensário está a cargo da cooperativa Outro Modo, formada por muitos dos colaboradores mais recentes da publicação que não quiseram abandonar o projecto.

«Toda a estrutura da produção foi contactada e havia interesse por parte das pessoas que faziam a edição portuguesa», contou ao JN Sandra Monteiro, que dirige a publicação. Actualmente a cooperativa tem já mais de uma centena de membros, alguns deles colaboradores da publicação. Apesar de o estatuto de cooperador não ser uma condicionante para participar no projecto.

«O modelo cooperativo potenciará o envolvimento dos cooperadores, assegurando simultaneamente a independência do novo conselho de redacção e uma gestão económica rigorosa», lê-se na apresentação do projecto.

Duas diferenças marcam a nova edição da anterior – a cargo da editora Campo da Comunicação –, suspensa em Maio último. A primeira é o aumento da componente portuguesa. Em vez de duas páginas fixas produzidas em Portugal, a nova versão aposta em textos de jornalistas, investigadores, académicos e participantes do movimento social, onde o critério de publicação será sempre «a qualidade».

Havendo mais espaço, torna-se possível que cada número aborde um determinado assunto sob a forma de dossiê. Mas isso não invalida que a actualidade não tenha lugar, ainda que de forma mais sucinta, na publicação.

O surgimento de uma versão online, outra das novidades, vai permitir uma actualização permanente de conteúdos, bem como a disponibilização em português de alguns dos artigos da edição original que não foram publicados na versão em papel.

Centrado nas questões internacionais , o Le Monde diplomatique nasceu em 1954 como suplemento do diário Le Monde. Actualmente tem 64 edições internacionais – 32 impressas e outras tantas electrónicas – em 26 línguas, e uma tiragem total de 1,5 milhões de exemplares. É dirigido pelo sociólogo Ignacio Ramonet. A primeira versão portuguesa surgiu em 1975, sob a direcção de Snu Abecassis. Mas apenas 12 números saíram para as bancas. A publicação foi retomada em 1999, pela Campo da Comunicação, até Maio deste ano.

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[1] A sessão pública de lançamento terá lugar no Instituto Franco-Português no dia 9 de Novembro

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